Um envolvimento amoroso que se forma em meio a outro gera tanto angústia quanto confusão na maioria das pessoas. A decisão sobre com quem ficar deve partir de uma contabilidade delicada entre o que manda a razão e o que pede o coração. O mais difícil, porém, é aceitar que no momento em que se opta por um dos amores certamente se estará perdendo o outro.
Alguns se relacionam com dois ou duas sem sofrer qualquer conflito. São tão egocêntricos que não acreditam que isso possa causar sofrimento, desde que o parceiro não perceba. Mas esconder também não é fácil. E mesmo que aconteça a descoberta, acredita que vai disfarçar, vai mentir, vai negar (como num bolero) e tudo continuará como antes - até a próxima crise, o que certamente irá desgastar o relacionamento e acabar com a confiança.
Mas nem todo mundo consegue viver assim. E são estes que sofrem. Gostam dos dois (o que é perfeitamente possível), mas seus princípios não permitem que mintam, ou, se já estão mentindo, sentem-se mal com isso.
Quando a relação é boa e os parceiros se sentem completos, tendem a ser leais e, se ocorre um envolvimento, conversam, enfrentam o ciúme, as mágoas e as discussões até se entender. Mas se não há abertura para uma conversa, quando surge a necessidade de se fazer uma escolha, há um embate, uma desavença interna, a pessoa se atrapalha, não se conforma em perder nenhum dos dois.
Isso é complicado, pois para cada ganho sempre há uma perda. Se escolhermos casar, perdemos a liberdade dos solteiros, mas ganhamos um companheiro, estabilidade, tranqüilidade. Quando começamos a trabalhar, ganhamos nosso dinheiro e a independência dos pais, mas perdemos a comodidade de ter alguém que nos sustenta e que decide por nós.
Assim, vamos amadurecendo e crescendo, sempre tendo de escolher e de enfrentar a depressão pelas perdas. Nessas horas, precisamos pesar os prós e os contras - e mesmo no amor existe uma contabilidade! A razão pergunta: "Quem me dá mais carinho, estabilidade, proteção?" O coração pondera: "Com quem sinto mais emoção, quem me faz sonhar, por quem perco a cabeça?" Conselhos não adiantam. A paixão é cega, surda e burra. Se somos mais emocionais, seguimos o coração. Se somos mais lógicos, escolhemos a razão.
O e-mail com o qual inicio este texto não tem resposta. A pergunta é muito íntima e envolve uma escolha para a vida. Nenhum profissional consciente pode opinar, ainda mais sem conhecer a pessoa que escreve. O que pode, sendo psicoterapeuta, é ajudar na decisão, já que deve ter prática em compreender os símbolos que vêm do inconsciente e facilidade para captar os pontos cegos com certo distanciamento. Feita a escolha, deve-se aceitar a perda e deixar o outro seguir seu caminho. Assim poderá encontrar alguém que o faça feliz.
Mas nem todo mundo consegue viver assim. E são estes que sofrem. Gostam dos dois (o que é perfeitamente possível), mas seus princípios não permitem que mintam, ou, se já estão mentindo, sentem-se mal com isso.
Quando a relação é boa e os parceiros se sentem completos, tendem a ser leais e, se ocorre um envolvimento, conversam, enfrentam o ciúme, as mágoas e as discussões até se entender. Mas se não há abertura para uma conversa, quando surge a necessidade de se fazer uma escolha, há um embate, uma desavença interna, a pessoa se atrapalha, não se conforma em perder nenhum dos dois.
Isso é complicado, pois para cada ganho sempre há uma perda. Se escolhermos casar, perdemos a liberdade dos solteiros, mas ganhamos um companheiro, estabilidade, tranqüilidade. Quando começamos a trabalhar, ganhamos nosso dinheiro e a independência dos pais, mas perdemos a comodidade de ter alguém que nos sustenta e que decide por nós.
Assim, vamos amadurecendo e crescendo, sempre tendo de escolher e de enfrentar a depressão pelas perdas. Nessas horas, precisamos pesar os prós e os contras - e mesmo no amor existe uma contabilidade! A razão pergunta: "Quem me dá mais carinho, estabilidade, proteção?" O coração pondera: "Com quem sinto mais emoção, quem me faz sonhar, por quem perco a cabeça?" Conselhos não adiantam. A paixão é cega, surda e burra. Se somos mais emocionais, seguimos o coração. Se somos mais lógicos, escolhemos a razão.
O e-mail com o qual inicio este texto não tem resposta. A pergunta é muito íntima e envolve uma escolha para a vida. Nenhum profissional consciente pode opinar, ainda mais sem conhecer a pessoa que escreve. O que pode, sendo psicoterapeuta, é ajudar na decisão, já que deve ter prática em compreender os símbolos que vêm do inconsciente e facilidade para captar os pontos cegos com certo distanciamento. Feita a escolha, deve-se aceitar a perda e deixar o outro seguir seu caminho. Assim poderá encontrar alguém que o faça feliz.
Fonte: Revista Caras março de 2010
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